Rock in Rio 2011

Crédito: Flickr Rock in Rio

Confesso pra vocês que eu, deusa Afrodite, já estou sentindo falta do Rock In Rio. Sou uma grande fã de festivais, acho tudo lindo e curto acompanhar.

Não estive lá na cidade do rock, por falta de grana mesmo, mas nas últimas duas semanas posso dizer com orgulho que assisti a 95% dos shows pela TV (aliás, maravilhosa cobertura do canal Multishow!), ouvi cada grito enlouquecido do público no palco mundo, cada mistura e encontro inusitado do palco Sunset e cada barbaridade que se apresentou nos dois palcos!

Eu criava uma expectativa, sabe? “Hoje é dia de ficar em casa pra assistir Rock In Rio, pois tem isso, isso e aquilo.” Não marquei compromissos e reuni amigos pra acompanharem comigo. Foi tão divertido! Acho até que mais divertido do que se eu estivesse lá sendo esmagada e cansada no meio da multidão (acho que estou mesmo velha para participar de eventos desse porte, não tenho mais pique!).

A maior discussão em torno do festival foi o fato de o evento trazer artistas que não são do mundo do rock, dedicar um ou mais dias a esses artistas e ‘tirar o propósito do festival para ‘rockeiros’. Pra mim, o Rock In Rio perdeu sua identidade quando começou a ser realizado em Lisboa - Portugal e ponto. O que vem depois é lucro! Acho válido abrir espaço para outros estilos musicais, outros gostos, outros talentos brasileiros e internacionais. Democratização no Rock In Rio. O que não pode é, como na edição de 2001, misturar o joio com o trigo no mesmo dia.

Outra polêmica: Cláudia Leitte. Desculpem-me os fãs da loira, mas concordo que Ivete Sangalo sambou na cara da rival com um show excepcional e ‘vingou’ todos nós rockeiros do besteirol todo que ela escreveu em seu blog (vaias = comparação de rockeiros com Hitler). E eu li uma frase em algum lugar que resume tudo: o problema não é ter axé no Rock In Rio, é ter Cláudia Leitte ou qualquer outro artista que não respeite o público em geral e as opiniões pessoais. O público que vaiou ela não era rockeiro, ela não ouviu vaias de fãs de Metallica ou Slipknot. Ela foi vaiada por fãs de Rihanna e Stevie Wonder. Pop.

O verdadeiro fato que me levou a escrever esse post foi a vontade de desabafar sobre a apresentação do Guns n’ Roses, a que eu mais aguardava. Desde meus 13 anos eu sou muito fã da banda. Daquelas que tem pôsteres de Axl Rose presos na parede do quarto, de ter pastas com recortes de revista e de me corresponder com fãs da banda do Brasil todo, daquelas que acredita mesmo que Axl poderia um dia ser meu marido! A louca! Entristece-me ler todas as críticas ruins sobre o show deles, tão aguardado por mim e por muitos outros fãs, e não poder ao menos discordar! Axl também sambou na nossa cara. Errou nas letras, errou nos acordes, errou no piano! O piano tão clássico de November Rain! “Ele não podia fazer isso comigo!” foi a sensação que eu tive ao chorar (juro) de desgosto na frente da TV às 4h00 da madrugada de uma segunda-feira! 

Ele pode ter errado, mas porque então eu continuo amando? Porque ano passado eu vi um show maravilhoso aqui em São Paulo, perfeito. Porque Axl é e sempre vai ser um ícone do rock, marcou época, marcou uma geração e isso ninguém pode negar. Ele só está colhendo os frutos da vida intensa que sempre levou. Admito que foi um show abaixo das expectativas, que teve alguns poucos bons momentos (Stranged, Knockin on Heaven’s door), mas tenho orgulho também de dizer que pra mim Guns n’ Roses não é só isso, e sim, eu amo!

Meu balanço geral do Rock In Rio é que ele foi ótimo. Adorei a maioria dos shows que vi (se for comentar sobre cada um, fico dias escrevendo!), e vale citar Coldplay, System of a Down, Shakira, Kate Perry, Jota Quest, Paralamas e Titãs (no palco Mundo) e Joss Stone e OSB + convidados (no palco Sunset). 

O propósito de um festival do porte do Rock In Rio não é mesmo agradar a todos! Parafraseando o jornalista JB Medeiros, do jornal O Estado de S. Paulo, arrisco dizer que “tocar para 100 mil pessoas é como escrever uma crítica de um show visto por 100 mil pessoas – sempre haverá umas 30 mil que vão divergir violentamente da sua escolha/opinião”. Resta a nós, agradecer pelo festival ter voltado pra nossa terrinha e torcer para que na próxima edição os erros sejam corrigidos! Que venha o Rock In Rio 2013! (espero conseguir ir!).

Beijos, Afrodite.